Para Lideres do Sacerdócio.
O Grande desafio enfrentado pela liderança do sacerdócio ao longo dos anos e especialmente nos dias atuais vem sendo coordenar um ensino familiar eficiente e adequado. Tendo em vista as dificuldades locais que cada Quorum encontra, não existe um padrão único que seja adequado a todas as circunstâncias. Mas, os princípios e doutrinas que regem o Ensino do Sacerdócio são os mesmos não importando o local ou as situações em que nos encontremos.
Quero falar hoje diretamente aqueles que são responsáveis pelo trabalho. Falo aos bispados, presidências de quoruns de elderes e aos lideres de grupo de sumo sacerdotes. Vocês são os responsáveis diretos pelo ensino familiar na ala, quorum ou grupo que lideream. Vocês têm o encargo de, em espírito de oração, organizar as duplas, designar as famílias a serem assistidas por estas duplas, ensinar, treinar, motivar cada mestre familiar. Acompanhar o trabalho através de entrevistas regulares do ensino familiar. Ajudar a resolver dificuldades e problemas que surgem naturalmente. Vou dividir este treinamento em duas partes principais.
Primeiro, A doutrina do Ensino Familiar; e , em segundo lugar, como ter um ensino familiar de qualidade.
Primeiro: A Doutrina do Ensino Familiar do Sacerdócio. Um mestre familiar, recém designado, pode vir a pensar que o seu líder lhe deu a responsabilidade de fazer algumas visitas, esta forma de ver é completamente errada e diminui drasticamente a natureza do chamado divino do Mestre Familiar. Um mestre familiar não foi designado para tal encargo pelo bispo, presidente do quorum de elderes ou pelo líder de grupo de sumo sacerdotes, não, ele recebe esta designação do Próprio Senhor. Na Seção 20 de Doutrinas e Convênios encontramos uma revelação do Senhor Jesus Cristo ao Profeta Joseph Smith descrevendo os deveres e responsabilidade dos diversos ofícios do sacerdócio, com respeito ao ofício de mestre o Senhor declara: “O dever do mestre é zelar sempre pela igreja, estar com os membros e fortalecê-los; E certificar-se que não haja iniqüidade na igreja nem aspereza entre uns e outros nem mentiras, maledicências ou calúnias; E certificar-se que a igreja se reúna amiúde e também certificar-se que todos os membros cumpram seus deveres...” “...Devem, contudo, admoestar, explicar, exortar e ensinar e convidar todos a virem a Cristo...” “...E visitar a casa de todos os membros, exortando-os a orarem em voz alta e em segredo e a cumprirem todas as obrigações familiares.” (D&C 20:47,53-55,59)
Todos nós, como portadores do sacerdócio, precisamos entender que nosso chamado é divino e não de homens. O Presidente David O. McKay aconselhou: “O ensino familiar é uma das oportunidades mais urgentes e recompensadoras para se nutrir e inspirar, aconselhar e orientar os filhos de nosso Pai. (…) É um trabalho divino, um chamado divino. É nosso dever como mestres familiares levar o espírito divino a cada lar e a cada coração”.
O ensino familiar responde a muitas orações e permite-nos ver a realização de milagres vivos.
Em segundo lugar, Como ter um ensino familiar de qualidade. Primeiro, ensine a Doutrina do serviço no sacerdócio. A doutrina tem o poder de mudar a atitude e o comportamento, quando compreendemos a doutrina temos o desejo de viver de acordo com ela. Ensine, mas acima de tudo seja um exemplo, um modelo a ser seguido realizando o ensino familiar. Falando sobre a responsabilidade dos lideres do sacerdócio o Senhor disse: “Também o dever do presidente do ofício de élder é ...” “... sentar-se em conselho com eles e ensinar-lhes segundo os convênios” (D&C 107:89) .
Segundo, Designe e Treine. Não é suficiente dar uma designação a alguém. Explique porque é importante, o que se espera, diga exatamente o que deve ser feito. Quais são os deveres e responsabilidades relacionados à designação. Verifique se existe alguma duvida e esclareça. Demonstre confiança. Lembre-se que quando você da um a designação a outro e este falha, de certa forma você também falhou.
Terceiro, Acompanhe. Uma vez por mês realize com cada mestre familiar uma entrevista do ensino familiar. Esta é uma oportunidade maravilhosa! Nesta entrevista você pode oferecer apoio, tirar duvidas, treinar, ensinar e acima de tudo ouvir. Não é suficiente para o mestre familiar realizar as visitas, ele deve também, prestar contas. Isto está de acordo com a doutrina das escrituras: “E em verdade nisto procedestes sabiamente, pois o Senhor requer que todo mordomo preste contas de sua mordomia, tanto nesta vida como na eternidade.” (D&C 72:3)
Torne este momento especial e uma experiência espiritual. Agende dia e horário adequados para as entrevistas, esteja lá antes dos membros, prepare o local da entrevista limpo e organizado. Uma sala com duas cadeiras e uma mesa é suficiente. Inicie a entrevista com uma oração, normalmente solicite ao entrevistado que faça a oração. Explique o propósito da entrevista. Em vez de tratar de números trate de pessoas. Por exemplo, é mais correto perguntar: “Como está a família de irmão José?” do que, “Quantas visitas você fez? Pergunte por cada família que o mestre familiar é responsável, use sempre o nome. “Pois o bom pastor conhece sua ovelhas”. Ouça os relatos com atenção. Ao ser identificados dificuldades com alguma família, em vez de dar uma solução. Pergunte ao Mestre familiar o que ele acha que pode ser feito para ajudar. Muitas soluções surgem assim. Somente em casos mais difíceis é que a presidência ou o bispado precisam ser envolvidos na solução.
Para encerrar quero dizer algo, envolva todos quanto puder neste trabalho. Em coordenação com os bispados, sempre que possível organize duplas de modo que um Elder ou sumo-sacerdote sirva com um portador do sacerdócio aarônico, rapaz ou elder em perspectiva. Uma vez que se possui o sacerdócio aarônico a partir do ofício de mestre, todos devem participar do ensino familiar não importando quanto tempo ou experiência tenha na Igreja. As duas únicas razões pra não participar do ensino familiar são: não ter o ofício adequado do sacerdócio ou não estar digno. Não podemos, como lideres, tirar a mordomia dada pelo próprio Senhor aos portadores do sacerdócio, simplesmente não podemos fazer isto. Qualquer lider que fizer isto estará agindo de forma doutrinariamente incorreta. Embora os programas possam ser adaptados a circunstâncias locais, a doutrina não pode ser mudada.
Com certeza é bem mais fácil e cômodo trabalhar com um grupo menor. Teremos menos entrevistas do ensino familiar pra fazer, menos famílias para acompanhar, mas ao agirmos assim estaremos negligenciando nossa responsabilidade de lideres. Portanto, ensine a Doutrina do serviço no sacerdócio, delegue, ensine, treine, motive, acompanhe e entreviste. Faça a sua parte com fé e o Senhor se encarregará do resto.
Que nosso Pai Celestial abençoe cada portador do sacerdócio no exercício de seu ofício e também a cada líder do sacerdócio em seus sagrados deveres. Como disse o presidente Monson a respeito do serviço no sacerdócio “Cumpra seu dever é o melhor a fazer”. Em nome de Jesus Cristo, amém.